Câmeras que detectam movimento dos olhos sobre tela de computador ajudará pessoas com doenças limitadoras se comunicarem
Um cientista francês desenvolveu um sistema para escrever e desenhar em uma tela de computador usando apenas o movimento dos olhos, tecnologia que poderá ajudar pessoas que sofrem de esclerose lateral amiotrófica, a mesma doença que acomete o cientista Stephen Hawkin, ou quem tem a síndrome do encarceramento, como Jean-Dominique Bauby, que teve sua história relatada no filme Escafandro e a Borboleta . O estudo foi publicado on-line no periódico Current Biology.
"Trabalho com pacientes que sofrem de esclerose lateral amiotrófica (ELA), que perdem os movimentos dos membros e a capacidade de engolir. O que lhes resta é a motricidade ocular”, disse Jean Lorenceau, pesquisador do Centro de Pesquisas do Instituto do Cérebro e da Medula Espinhal, vinculado ao Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) francês.
O sistema desenvolvido é um protótipo e ainda não está disponível para vendas. Ele funciona como se fosse uma página em branco na tela do computador. Com o uso de um aparelho já conhecido que grava os movimentos oculares através de uma câmera, permite que se escreva ou desenhe com fluidez.
Outros dispositivos semelhantes já desenvolvidos permitem apenas que a pessoa selecione letras ou palavras sobre uma tela. O aparelho de Lorenceau traz maior autonomia para quem perdeu os movimentos.
O desafio foi ajudar o olho a fazer movimentos suaves, já que sobre um fundo estático o globo ocular só produz uma sucessão de sacudidas irregulares. Lorenceau lançou mão, então, de um truque: a ilusão de ótica "reverse-phi", descoberta pelo americano Stuart Anstis em 1970.
Este truque oferece "uma espécie de apoio móvel" aos olhos para ajudá-los a fazer movimentos regulares. São necessárias de duas a quatro sessões de treino de meia hora para controlar os movimentos do olho e traçar letras e figuras na tela.
Além das evidentes possibilidades para as pessoas deficientes, este sistema tem outras aplicações profissionais (tenistas, pilotos ou bailarinos), em que a precisão do movimento dos olhos é importante.
A informática e a robótica empregada na ajuda de pessoas com mobilidade reduzida são cada vez mais sofisticadas. Uma experiência americana recentemente divulgada mostrou que pessoas tetraplégicas conseguiam manipular um robô com a força do pensamento, graças a um sistema de eletrodos implantado no cérebro.
(Com agência France-Presse)
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